sexta-feira, 1 de julho de 2011

História da Educação

É na Grécia que começa a "História da Educação" com sentido na nossa realidade educativa atual. De fato, são os Gregos que, pela primeira vez, colocam a educação como problema. Já na literatura grega se vêm sinais de questionamento do conceito, seja na poesia, seja na tragédia ou na comédia. Mas é no século V a. C., com os Sofistas e depois com Sócrates, Platão, Isócrates e Aristóteles que o conceito de educação alcança o estatuto de uma questão filosófica.
 Inicialmente, a palavra paideia (p a i d e i a), (de paidos - p a i d o s - criança) significava simplesmente "criação dos meninos". Mas, como veremos, este significado inicial da palavra está muito longe do elevado sentido que mais tarde adquiriu. Mas, se até então o objetivo fundamental da educação era a formação do homem individual como kaloskagathos, a partir do século V a. C., exige-se algo mais da educação. Para além de formar o homem, a educação deve ainda formar o cidadão. A antiga educação, baseada na ginástica, na música e na gramática deixa de ser suficiente.
É então que o ideal educativo grego aparece como Paideia, formação geral que tem por tarefa construir o homem como homem e como cidadão. Platão define Paideia da seguinte forma "(...) a essência de toda a verdadeira educação ou Paideia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento" (cit. in Jaeger, 1995: 147).
Do significado original da palavra paideia como criação dos meninos, o conceito alarga-se para, no século IV. a.C., adquirir a forma cristalizada e definitiva com que foi consagrado como ideal educativo da Grécia clássica. 
Como diz Jaeger (1995), os gregos deram o nome de paidéia a "todas as formas e criações espirituais e ao tesouro completo da sua tradição, tal como nós o designamos por Bildung ou pela palavra latina, cultura." Daí que, para traduzir o termo Paideia "não se possa evitar o emprego de expressões modernas como civilização, tradição, literatura, ou educação; nenhuma delas coincidindo, porém, com o que os Gregos entendiam por Paideia. Cada um daqueles termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito global. Para abranger o campo total do conceito grego, teríamos de empregá-los todos de uma só vez."
Leia mais:
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/paideia/ conceitodepaideia.htm

1 comentário:

  1. A educação helenística está ligada à expansão do império grego e a organização dos centros urbanos. No entanto, no processo de expansão, a cidade deixou de ser a característica fundamental do pensamento e da cultura grega, mas apenas uma pequena pátria, e a transmissão da cultura grega passa a desempenhar papel central no que seria a essência de sua identidade.
    O sábio helenístico se proclama cidadão do mundo mais como uma evidência da superação da cidade do que do surgimento de uma unidade concreta da humanidade. Os filósofos helenísticos dão atenção à educação enquanto o tema tão relevante quanto os outros, diferentemente do procedimento de Aristóteles e seus anteriores.
    A pessoa humana se liberta do condicionamento coletivo. O homem grego se coloca como o centro e a medida de todas as coisas. Para o Helenista, o fim da existência humana é atingir a forma mais perfeita de personalidade e é nesse sentido que a educação adquire papel central na cultura e na organização social.
    Assim, a educação serve para designar o esforço continuado para além dos anos escolares, para a vida, a fim de realizar o ideal humano, ou seja, um estado de espírito plenamente desenvolvido, virtuoso, do verdadeiro homem, como um sinônimo de humanidade.
    A unidade do mundo grego se deveu à comunhão dos seus povos na busca da finalidade essencial do homem e os meios de atingi-la. Desse modo, a educação passa a funcionar como iniciação à vida grega, seus costumes e estilo de vida.

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